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Revista ISTOÉ Gente - 20/06/2005

Ela canta, dança e atua

Vilã em Essas Mulheres, da Record, Adriana Garambone mudou-se para São Paulo por causa do musical Chicago e conta que se tornou artista para vencer a timidez
texto: Claudia Jordão
fotos: Edu Lopes


Adriana com Gregory Peck, um Lulu da Pomerânia de oito anos, que participou do musical Cabaré Brasil com a atriz


“Nos Estados Unidos, qualquer ator sabe cantar e dançar. Gosto de ter essa bagagem, me dá mobilidade de trabalho’’, diz Adriana Garambone

Assim como a Roxie, do musical Chicago, e a Adelaide, da novela Essas Mulheres, Adriana Garambone, 34 anos, é determinada e sensual. A diferença é que as suas personagens são as vilãs da história e ela vive, na vida real, o papel de mocinha. Começou a estudar balé aos cinco anos por influência da mãe, que foi bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro na juventude, passou a adolescência pegando onda na Barra da Tijuca e hoje vive em São Paulo, para onde se mudou no ano passado por causa do musical Chicago. O convite da Record a fixou definitivamente na cidade. “Vim e fiquei. Sinto falta do mar mas nem penso em voltar para o Rio por enquanto”, diz Adriana.
Para se preparar para a novela, a atriz passou o Carnaval mergulhada nos três livros de José de Alencar que inspiraram Essas Mulheres: Lucíola, Diva e Senhora, os quais ela nunca havia lido. Trazer essas histórias para a televisão é uma ótima oportunidade para o grande público, na opinião dela. “Fico pensando: ‘Quanta gente analfabeta está vendo José de Alencar’”, diz Adriana, que voltou a exibir o visual ruivo de Chicago, mas com as madeixas alongadas por um megahair.
O musical, aliás, é um marco em sua carreira. “Mesmo sem saber, acho que me preparei a vida inteira para esse trabalho”, afirma a atriz. Ela começou nas artes na infância com o objetivo de se entrosar. “Eu era uma criança muito tímida, muito calada, tinha dificuldade para me enturmar na escola”, lembra Adriana. Na adolescência, decidiu que seria bailarina. Para tornar-se mais expressiva, matriculou-se num curso de teatro. Apaixonou-se pelo palco e, com a intenção de unir os dois, passou a sonhar em fazer musicais. Daí para as aulas de canto foi um pulo. “Nos Estados Unidos, qualquer ator sabe cantar e dançar”, diz a atriz. “Gosto de ter essa bagagem, me dá mobilidade de trabalho.”
Fã de Chicago, ela tinha tudo do musical: os CDs das montagens de Nova York e Londres, a trilha sonora do filme, as partituras, as letras e começou a se preparar cerca de dois anos antes de a produção chegar ao Brasil. Após uma maratona de testes, Adriana conquistou o papel de Roxie e sua amiga Danielle Winits, o de Velma Kelly. “Já tínhamos trabalhado juntas nos musicais Cabaré Brasil e Relax It’s Sexy. Na hora do teste, viram nossa química juntas. Ficamos tão felizes em realizar esse sonho que saímos para tomar um chope”, lembra Danielle. Sua atuação rendeu elogios do diretor Scott Ferries, que monta o espetáculo em vários países. “Ela é a melhor Roxie do mundo. Seu charme e sua sensualidade naturais são perfeitos para a personagem”, diz ele.
Discreta sobre sua vida pessoal, Adriana conta que namora há quase um ano um músico. “Ele não é famoso. O Cláudio Lins foi o único namorado famoso que eu tive e isso já faz cinco anos”, conta ela. Em São Paulo, a atriz mora sozinha com Gregory Peck, um cachorrinho de oito anos, da raça Lulu da Pomerânia. Ele já foi seu companheiro de palco em Cabaré Brasil e deve aparecer em breve em alguma cena com Adelaide. “Eu disse para o diretor que ele é um cachorro de época e que está desempregado faz tempo. Ele quer voltar”, diverte-se Adriana.